Eu já me considero um "heavy user" da Internet. Resolvo problemas, faço provas, executo trabalhos, realizo negócios, desabafo minhas mágoas, procuro informações dos mais variados tipos, enfim, a Internet é algo que simplesmente faz parte do meu cotidiano. Mesmo já tão acostumado em usar a "rede mundial", muitas vezes paro e fico pensando na quantidade de coisas que a Internet permite fazer (e permitirá). Fico maravilhado, tal como se fosse um internauta que visita pela primeira vez um site, que recebe pela primeira vez um e-mail.
A Internet é um complexo mecanismo de troca de informações dos mais diversos tipos. O fato de o mundo todo estar interconectado permite uma ampliação de conhecimentos e de soluções para problemas até então limitados à sua própria origem. Mas o ponto crítico da Internet é conectar pessoas. Seja por questões profissionais, seja porque fiquei uma noite conversando num chat, eu conheço pessoas de diversas localidades e países, de diferentes culturas, de diferentes opiniões. Muitas vezes, a necessidade de comunicação é tão grande que chega a ignorar a questão do idioma. Já recebi e-mails em inglês e em francês de pessoas fazendo perguntas sobre algum artigo meu e que eu mal faço idéia de como entenderam o idioma do material (português). Talvez usaram alguma ferramenta de tradução.
A grande questão é que comunicação é uma necessidade. O fato de uma pessoa expor seu cotidiano por ICQ, por IRC ou por outro meio, estando em outro país e até mesmo em outro continente, dá mesmo a impressão de que o mundo encurtou. O fato de você ler um artigo em um site canadense, dá mesmo a impressão de que não existem fronteiras. O fato de você expor sua opinião em um blog e receber manifestações de pessoas que você nem conhece pessoalmente, dá mesmo a impressão de que você não está sozinho com seus problemas, com suas comemorações, com seus sonhos.
Sites, e-mails, ferramentas de mensagens instantâneas (ICQ, MSN Messenger, etc), videoconferência. Essas são apenas algumas das mais populares formas de comunicação com outras pessoas pela Internet. Mas uma "invenção" recente me chamou muito a atenção (e a atenção de muita gente): as redes sociais, com grande destaque para o Orkut (mas existem outras, como o Friendster e o ICQ Universe).
Orkut é um sistema criado pelo Google e lançado em fevereiro de 2004. O nome vem de um funcionário da empresa, que desenvolveu esse projeto: Orkut Buyukkokten. O Orkut é um serviço que permite a você fazer e relacionar amigos (não necessariamente no sentido literal da palavra, mas sim no aspecto de se relacionar com pessoas que tenham alguma(s) afinidade(s) com você) e participar de comunidades sobre o mais diversos assuntos. Basicamente, você tem um painel com a relação de seus amigos e outro painel com a relação das comunidades. Cada pessoa tem uma descrição e você pode ver de quais comunidades ela participa, quais os amigos que ela tem, mandar mensagens a ela e até mesmo se declarar fã da pessoa.
Quanto a comunidades, existem milhares, algumas voltadas até a coisas bizarras. Há desde de comunidades dedicadas à assuntos sérios como programação, jornalismo e ciência, até comunidades voltadas ao divertimento, como as que declaram ódio a uma pessoa famosa, que tratam de "micos", enfim. Se você é fã de uma banda de música, certamente encontrará uma ou mais comunidades de fãs do grupo. Se você adorava o seriado Jaspion, vai encontrar muita gente que também gosta. Se você trabalha com contabilidade, mas tem curiosidade em saber a respeito do cotidiano do pessoal que trabalha com medicina, lá você vai encontrar comunidades sobre o assunto. De maneira geral, é possível explorar qualquer tema. Eu mesmo fiquei admirado ao descobrir uma comunidade da filial da Estônia da empresa em que trabalho. Ah sim, você também pode criar sua própria comunidade.
E como não poderia deixar de ser, os adeptos do software livre marcam presença. Há centenas de comunidades voltadas ao Linux, por exemplo. Há comunidades como as de usuários do Red Hat, participantes do LinuxChix e até de sites brasileiros, como o Viva o Linux. Também há grupos mais específicos, como comunidades de programadores e engenheiros de software.
Em resumo, o grande "barato" do Orkut é poder se relacionar com pessoas e comunidades com as quais você possui afinidades. É muito interessante tratar em um só lugar de assuntos profissionais, acadêmicos, de lazer, de humor, enfim. O nome "rede social" é mais do que aplicável. No Orkut, você tem que conviver com as pessoas de maneira semelhante ao seu convívio cotidiano na rua, no trabalho, na faculdade. Essa questão é levada tão a sério que uma das exigências para fazer parte do Orkut é fornecer informações verídicas sobre você em seu cadastro. E como não poderia deixar de ser, assim como no dia-a-dia você pode fazer amigos e inimizades, ter afeto e ódio, conquistar um/uma homem/mulher ou levar "um pé na bunda", o mesmo ocorre no Orkut.
Um constatação importante no Orkut é que os brasileiros são a maioria por lá (assim como acontece no serviço Fotolog.net). Muito provavelmente isso se deve ao fato do brasileiro ser mais comunicativo, de criticar com humor e de ser um povo que adora se relacionar.
Se você não participa do Orkut, mas tem vontade, saiba que é necessário alguém te convidar. No Orkut não é possível simplesmente visitar o site e se cadastrar. Por um lado, isso é bom, afinal, você entra já tendo um amigo. Por outro lado, a espera por um convite pode demorar muito!
E como já estou encerrando, vou aproveitar os minutinhos que me sobram e refletir mais uma vez sobre as maravilhas da Internet. Ok, você pode até achar isso um exagero, mas é melhor do que ficar irritado com cada SPAM que chega à minha caixa postal e com cada e-mail falso de bancos que recebo, enviados por indivíduos inescrupulosos que tentam roubar o pouco dinheiro que tenho em minha conta bancária. Até mais!
Um oferecimento de Cativa Google.
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